Para quem pretende entrar na aviação e aspira assumir a cabine de comando de uma aeronave ou mesmo deseja ter uma atividade de prazer ou desportiva para os finais de semana e feriados dentro da aviação, o Volovelismo, ou simplesmente, o Voo a Vela, definitivamente, torna-se a modalidade mais indicada para preencher todos os requisitos.
O Voo a Vela como pratica desportiva reforçam os laços e interações sociais, a habilidade de trabalho em equipe, cooperação mútua e organização, pois não basta apenas sentar na cabine do planador, executar o seu voo e simplesmente ir embora. A prática exige que o aluno em instrução auxilie na preparação dos voos que serão feitos no dia, exigindo esforço físico e mental, bem como atenção total a fim de proporcionar um voo seguro aos praticantes, bem como ao ambiente à volta quer seja no ar ou em terra.
Já no caso do futuro aviador, a prática do Voo a Vela constitui por excelência uma ótima escola de aprendizagem, pois além de introduzir os princípios de aerodinâmica na prática, tendo em vista a simplicidade dos comandos diferentemente da complexidade que exigem uma aeronave motorizada, o verdadeiro ganho ao longo da formação se torna nítido no refinamento e fortalecimento das habilidades em interpretar as reações da aeronave e das condições climáticas durante o voo. Prova disso, é fato que algumas companhias aéreas exigem ou favorecem pilotos que tenham brevê de planador no currículo, durante o processo de seleção de pilotos.
Foto de um planador Puchacz
A essa altura, muitos que pretender se tornar aviadores perguntam: “Pra que eu iria investir mais se o meu objetivo é apenas o trabalho de piloto? Representaria um gasto a mais”. Talvez. Hoje em dia, o reboque de planador custa em média entre R$ 100,00 e R$ 150,00 e o de avião para Piloto Privado custa R$ 250,00 à R$ 350,00. Tendo isso posto, a formação do Piloto de Planador precisa de 15 horas de instrução, mais 10 horas de voo solo para brevetar (não confundir hora de voo com reboque). Porém, assim que se forma piloto de planador e parte para o avião, dependendo da capacidade do aluno, consegue-se em média abater 20 horas de instrução, representando uma economia considerada sem falar nas habilidades adquiridas e lapidadas pelo Voo a Vela.
Por fim, deixo para o leitor pesquisar, dois casos famosos da aviação comercial que as aeronaves em pleno voo tiveram pane seca e flameout dos motores, e que não terminaram em tragédia, pois os comandantes tinham experiência em voo de planador. São eles: Voo 143, Boeing 767 da Air Canada em 23 de julho de 1983 e; Voo 236, Airbus A330 da Air Transat em 24 de agosto de 2001.
Foto de um planador Blanik
Artigo escrito pelo aluno do curso superior de Aviação Civil da Universidade Anhembi Morumbi, Daniel Matsumoto.